Fale conosco pelo WhatsApp

Entenda as mudanças hormonais no envelhecimento

Entenda as mudanças hormonais no envelhecimento
Imagem meramente ilustrativa (Banco de imagens: Shutterstock)

Mudanças na produção de hormônios podem causar sintomas incômodos com o passar dos anos

O envelhecimento é um processo biológico natural que traz diversas repercussões no nosso corpo, muito além das rugas e cabelos brancos. Com o aumento progressivo da expectativa de vida, no Brasil e no mundo, aumentam os estudos científicos relacionados ao envelhecimento. Atualmente não podemos frear esse processo, mas compreendendo as alterações fisiológicas no organismo com o passar dos anos, podemos nos preparar para envelhecer melhor, com mais qualidade de vida, mantendo a funcionalidade e a independência do indivíduo.

Existem diversas teorias que tentam explicar o porquê o corpo envelhece. Já sabemos que esse processo se inicia por volta dos 30 anos e é resultado da acumulação de defeitos no nosso material genético, em especial o encurtamento dos telômeros, um dos fatores para a diminuição das funções de nossas células e tecidos. Contribuem para o processo de envelhecimento as mudanças hormonais, o estresse oxidativo causado pelo excesso de radicais livres e alterações epigenéticas causadas pelo nosso estilo de vida.

Como funcionam os hormônios

Para entender sobre as mudanças hormonais no envelhecimento, é preciso compreender sobre a atuação dos hormônios no corpo. Os hormônios são substâncias produzidas e secretadas por glândulas, das quais as principais são: hipófise, pineal, paratireóides, tireóide, adrenais, pâncreas, ovários e testículos. Os hormônios têm a função de regular e controlar diversas atividades do organismo — como o crescimento, metabolismo, funcionamento de órgãos, uso de nutrientes, reprodução, excreção, sono, entre outras.

Hormônios no envelhecimento

Uma das mudanças hormonais no envelhecimento é a diminuição da produção de hormônios e a consequente perda de sensibilidade à sua ação por parte de seus receptores. Para simplificar, pense que os hormônios são chaves que abrem diversas portas do organismo. Conforme vamos envelhecendo, o número de portas permanece igual, mas os “nossos chaveiros” começam produzir menos chaves de determinados tipos e algumas fechaduras vão ficando enferrujadas. Assim, já não conseguimos mais abrir todas as portas como antigamente. Assim ficou mais claro, não é?

Um dos exemplos mais clássicos é a diminuição da produção de estrogênio nas mulheres, fazendo com que se inicie a menopausa. Na menopausa, a maioria das mulheres relatam sintomas como oscilações de humor, ondas de calor, dores osteomusculares, alterações na pele e no sono, além da perda de cálcio dos ossos.

Os homens também podem experimentar as consequências de mudanças hormonais no envelhecimento, como a diminuição da produção de testosterona, chamada de andropausa, registrando sintomas como perda de libido, desânimo, perda de massa muscular, aumento da gordura abdominal e disfunção erétil.

A melatonina (hormônio do sono) também tem sua produção drasticamente diminuída com o envelhecimento. Essa queda prejudica o controle do ciclo circadiano e das funções biológicas ao longo do dia. É muito comum o relato de pacientes idosos que têm problemas de insônia, sono não revigorante, que dormem poucas ou muitas horas por noite.

As mudanças hormonais no envelhecimento podem ser sentidas também pelo aumento da produção de alguns hormônios, como a epinefrina e a norepinefrina, responsáveis pela regulação da resposta do organismo em situações de estresse.

De forma geral, quaisquer mudanças hormonais no envelhecimento devem ser acompanhadas com atenção, pelo fato de aumentarem o risco do desenvolvimento de doenças, como:

  • Sobrepeso e obesidade;
  • Doenças cardiovasculares;
  • Subnutrição, sarcopenia;
  • Osteoporose;
  • Distúrbios do sono;
  • Alterações psíquicas, como depressão, entre outras.

Como lidar com as mudanças hormonais no envelhecimento

A Organização Pan-Americana de Saúde (OPAS) define o envelhecimento como um processo sequencial, individual, acumulativo, irreversível, universal, não patológico, de deterioração de um organismo maduro, próprio a todos os membros de uma espécie. Portanto, envelhecer não é sinônimo de ficar doente, acamado ou dependente.

As ações que fazemos rotineiramente no presente irão definir como iremos envelhecer no futuro. Algumas atitudes podem ser tomadas para desacelerar esse processo no nosso organismo. É por isso que vemos pessoas com a mesma idade cronológica (em anos), mas com aparências completamente diferentes. Envelhecer não é só uma gestão de genética familiar, é uma questão de estilo de vida.

Os 10 mandamentos para a envelhecer com saúde:

  1. Mantenha uma alimentação saudável rica em frutas, verduras e legumes;
  2. Mantenha-se hidratado;
  3. Pratique atividade física com regularidade, em especial exercícios com peso – para evitar a perda progressiva de músculos;
  4. Procure dormir bem, pelo menos 7h por noite;
  5. Aprenda a gerenciar o estresse e as emoções;
  6. Evite toxinas (álcool em excesso, cigarro, alimentos ultraprocessados);
  7. Tenha um hobby e momentos de lazer;
  8. Exercite a memória. Tenha por hábito ler, escrever, assistir filmes, fazer palavras; cruzadas, bem como outras atividades que ajudem a manter a mente ativa;
  9. Não se isole! Mantenha relações afetivas com amigos e familiares;
  10. Desenvolva espiritualidade (independentemente da religião), fé, resiliência, gratidão e bom humor.

Como a medicina integrativa pode ajudar

Na visão da medicina com abordagem funcional integrativa, todos os pontos do paciente, numa associação entre corpo, mente e interação com o mundo, precisam ser considerados no tratamento, colocando-o como protagonista de suas ações e fazendo dos profissionais de saúde parceiros nesse movimento de restauração da saúde.

Sendo o envelhecimento um processo tão delicado e cheio de nuances, uma abordagem completa que avalie o estilo de vida do paciente, os hábitos alimentares, a prática de exercícios físicos, as análises laboratoriais, a rede de suporte familiar/social, entre outros aspectos, possibilita encontrar a melhor terapêutica possível, muito além de uma reposição hormonal – se necessário.

Dessa forma, ao invés de trabalhar apenas com tratamentos convencionais medicamentosos, a medicina funcional e integrativa busca fazer uso de diversos tipos de terapias para tratar muito além dos sintomas e queixas. É possível envelhecer com saúde e qualidade de vida.

Se você quer saber mais sobre as mudanças hormonais no envelhecimento, agende uma avaliação com a Dra. Talita Ferreira.

 

Fontes:

PubMed

Longevidade Saudável

Tratado de geriatria e gerontologia. Cap14 – Fisiologia do Envelhecimento. 4 ed.

Índice