Entenda o que é hipotireoidismo e a tireoidite de Hashimoto e como a medicina integrativa pode tratar as duas condições
O hipotireoidismo é uma doença caracterizada pela queda na produção dos hormônios da tireoide, uma glândula localizada na região do pescoço que tem como principais funções a produção e liberação dos hormônios T3 e T4, que auxiliam no metabolismo do organismo.
O hipotireoidismo é a doença mais comum da tireoide e acomete aproximadamente 5% da população.
Índice
Tipos de hipotireoidismo
- Primário: existe um problema na tireoide que impede a secreção dos seus hormônios;
- Secundário: existe um problema na hipófise que impede a secreção de TSH, que estimula a produção dos hormônios tireoidianos.
A distinção entre hipotireoidismo primário e secundário é realizada por meio da dosagem de TSH e T4 no sangue.
A maior parte dos casos de hipotireoidismo (cerca de 95%) é de origem primária, e as principais causas são a tireoidite de Hashimoto, a tireoidectomia (remoção cirúrgica da glândula) ou danos secundários à radiação.
A tireoidite de Hashimoto
A tireoidite de Hashimoto é uma doença autoimune na qual anticorpos produzidos pelo próprio organismo atacam as células tireoidianas, destruindo-as progressivamente. O nome “tireoidite” foi dado por causa da inflamação crônica da glândula. Geralmente, esse processo de agressão é lento e pode durar vários anos, evoluindo para uma redução da atividade da glândula até que se manifeste o hipotireoidismo.
Nas fases iniciais da tireoidite de Hashimoto, podemos ter, ainda:
- O hipotireoidismo subclínico: o paciente não apresenta sintomas clínicos (descritos mais adiante), mas já tem exames de sangue com TSH elevado. Esse aumento do TSH é suficiente para estimular níveis normais de T3 e T4.
- Quadros episódicos de hipertireoidismo: por ação dos anticorpos, que estão constantemente atacando a glândula tireoide, esta fica inflamada e libera involuntariamente mais hormônios T3 e T4 do que o desejado.
A tireoidite de Hashimoto é sete vezes mais comum em mulheres e pode, também, surgir em crianças e adolescentes.
Quais as causas da tireoidite de Hashimoto?
As causas da tireoidite de Hashimoto não são completamente conhecidas. No entanto, existem fatores de risco que podem ser gatilhos ao seu desenvolvimento. Entre eles, podemos destacar:
- Mulheres acima de 40 anos;
- Predisposição genética por histórico familiar da doença;
- Pessoas com anomalias cromossômicas como a síndrome de Down, síndrome de Turner e a síndrome de Klinefelter;
- Infecção por vírus ou bactéria;
- Disbiose intestinal;
- Dieta rica em glúten e caseína;
- Inflamação crônica;
- Excesso de iodo na alimentação.
Alguns estudos sugerem que a tireoidite de Hashimoto possa ser mais prevalente em pessoas com alterações endócrinas (como diabetes tipo I e disfunções da glândula adrenal) ou com doenças autoimunes (como artrite reumatoide e lúpus).
Quais são os sintomas do hipotireoidismo?
O paciente com baixos níveis de hormônios tireoidianos pode apresentar:
- Fadiga;
- Ganho de peso;
- Pele seca e fria;
- Constipação intestinal;
- Depressão, demência e outros distúrbios psiquiátricos;
- Perda de memória;
- Intolerância ao frio;
- Perda de cabelo e unhas fracas;
- Inchaço ao redor dos olhos;
- Batimentos cardíacos lentos;
- Menstruação irregular;
- Falta de coordenação de movimentos musculares voluntários e de equilíbrio;
- Diminuição da libido;
- Dor nas articulações;
- Câimbras musculares;
- Sonolência;
- Aumento do colesterol;
- Infertilidade e disfunção erétil;
- Hipertensão.
Diagnóstico da tireoidite de Hashimoto e do hipotireoidismo
O diagnóstico do hipotireoidismo pode ser feito por meio da medição dos níveis sanguíneos dos hormônios tireoidianos tiroxina (T4) e triiodotironina (T3), bem como do hormônio estimulante da tireoide (TSH), além do exame físico. Quando a tireoide apresenta alterações (hipotireoidismo primário), os níveis de TSH estão altos e os de T4 estão baixos.
A confirmação da tireoidite de Hashimoto é feita por um exame de sangue que detecta e quantifica os autoanticorpos tireoidianos, conhecidos como anti-TPO e anti-tireoglobulina. Existem ainda outros exames para avaliar o metabolismo e a condição da tireoide.
Tratamento do hipotireoidismo e da tireoidite de Hashimoto
O tratamento do hipotireoidismo é feito por meio da reposição do hormônio que a glândula deixou de produzir, e deve ser feito por toda a vida. A dosagem hormonal varia de acordo com a necessidade de cada paciente e considera características como sexo, idade e peso. A medicação é administrada diariamente, em jejum.
Sob a olhar da medicina com abordagem integrativa e funcional, todas as pessoas que apresentam alguma doença autoimune têm como base um problema intestinal (disbiose e síndrome do intestino permeável). Portanto, mudanças na alimentação fazem parte do tratamento da tireoidite de Hashimoto, bem como a retirada de alimentos inflamatórios e adição de nutrientes e suplementos antioxidantes e anti-inflamatórios. O controle do estresse também é um aliado importante.
O objetivo da medicina integrativa é reduzir os sintomas causados pela doença e promover melhor qualidade de vida ao paciente. A ingestão de nutrientes e suplementos adequados, assim como a adoção de medidas de desintoxicação, pode ajudar a lentificar o processo de destruição das células tireoidianas, no caso da tireoidite de Hashimoto.
É importante que a doença seja tratada corretamente para evitar complicações do hipotireoidismo, como: problemas cardiovasculares, alterações de humor, anemia, disfunções respiratórias, glaucoma, entre outras.
Se você quer saber mais sobre hipotireoidismo e tireoidite de Hashimoto, agende uma avaliação com a Dra. Talita Ferreira.
Fontes:
Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia
Hormone Handbook
Harrison – Medicina Interna
PubMed