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Inflamação crônica

Inflamação crônica
Imagem meramente ilustrativa (Banco de imagens: Shutterstock)

Saiba como os nossos hábitos produzem substâncias que danificam nossas células, levando a um quadro de inflamação crônica e ao desenvolvimento de diversas doenças

A inflamação aguda é uma resposta natural e necessária do organismo a um agente agressor, como microrganismos, parasitas, agentes químicos ou físicos, reações imunológicas, entre outros. Trata-se de um mecanismo de defesa do nosso corpo.

No entanto, em muitos casos, nós agredimos sutilmente o nosso organismo de forma contínua, fazendo com que ele desenvolva um processo silencioso de inflamação de baixa intensidade. Como a agressão não cessa, a resposta também se prolonga ao longo de meses ou anos, levando a um quadro de inflamação crônica subclínica.

Quais as causas da inflamação crônica?

Vários são os fatores que podem levar o organismo a desenvolver um quadro de inflamação crônica como resposta às agressões sofridas. Alguns deles incluem:

  • Quando nosso organismo não consegue eliminar microrganismos que causam inflamação aguda (como, por exemplo, microbactérias, alguns vírus, como o HIV, fungos, entre outros), causando uma infecção persistente;
  • Exposição contínua a agentes irritantes ou nocivos ao organismo (exógenos, como metais pesados e sílica, e até mesmo endógenos, como os cristais de colesterol);
  • Doenças inflamatórias imunomediadas, que levam o organismo a atacar a si próprio, como no caso da artrite reumatoide, doenças inflamatórias intestinais, úlceras pépticas crônicas etc.;
  • Quadros de inflamações recorrentes ou defeitos nas células que regulam o processo inflamatório;
  • Consumo de alimentos que contribuem para a inflamação crônica, como aqueles ricos em açúcar, ultraprocessados, que contenham gordura trans, entre outros;
  • Consumo excessivo de álcool;
  • Sedentarismo;
  • Disbiose intestinal (desequilíbrio entre as bactérias benéficas e patogênicas que vivem em nosso intestino);
  • Obesidade;
  • Tabagismo: além de aumentar as chamadas citocinas pró-inflamatórias, o cigarro diminui fatores que ajudam a reduzir a inflamação crônica;
  • Estresse: o hormônio do estresse, chamado cortisol, atua diretamente no metabolismo, no sistema imunológico e na inflamação crônica.
  • Má qualidade do sono: uma noite de sono não reparador eleva substâncias que contribuem para a inflamação crônica do organismo.

Sintomas da inflamação crônica

Em geral, os sinais de que nosso corpo está vivenciando um processo de inflamação crônica são sutis. Não há a presença dos sinais clássicos de inflamação: dor, calor, rubor, edemas ou perda de função. Muitas vezes, a pessoa apresenta alguns sintomas que, para ela, não levantam a suspeita de que algo pode estar errado com a sua saúde, como um cansaço contínuo, por exemplo.

Como diagnosticar a inflamação crônica?

A inflamação crônica produz citocinas pró-inflamatórias numa tentativa do organismo de se proteger dessa agressão, como se estivesse em um estado de alerta permanente. A ativação contínua dessas proteínas, por um longo período, pode desencadear reações imunológicas que danificam órgãos mais sensíveis, como artérias, coração, intestinos, articulações e glândulas endocrinológicas.

A inflamação do organismo pode ser identificada por meio da realização de exames de sangue. Níveis mais altos de alguns biomarcadores, como o PCR (proteína C reativa), podem sugerir a presença de um processo inflamatório crônico.

O que a inflamação crônica pode causar?

Cada vez mais estudos correlacionam a presença da inflamação crônica em determinadas doenças, como:

  • Alzheimer e doenças neurológicas;
  • Câncer;
  • Patologias psiquiátricas, como depressão;
  • Obesidade — a gordura é um tecido altamente inflamatório;
  • Doenças autoimunes, como artrite reumatoide e lúpus;
  • Acidente vascular cerebral (AVC) — conhecido como derrame;
  • Doenças cardiovasculares, como o infarto do miocárdio;
  • Doenças inflamatórias no trato gastrointestinal;
  • Asma e outras doenças respiratórias;
  • Osteoporose.

Como evitar a inflamação crônica?

Mudança de hábito é a palavra-chave para quem quer prevenir e diminuir um quadro de inflamação crônica. Para isso, devemos adotar um estilo de vida saudável e abandonar hábitos nocivos. Algumas dicas são:

  • Cuidar da alimentação: certos alimentos ajudam a inibir a resposta inflamatória, como frutas vermelhas, legumes e vegetais de folhas escuras. Açúcares, refrigerantes e ultraprocessados devem ser evitados;
  • Praticar atividades físicas regularmente, mas sem excesso, pois os exercícios, quando praticados em demasia, podem causar mais inflamação ao organismo;
  • Manter o peso ideal;
  • Dormir o suficiente;
  • Parar de fumar;
  • Limitar o consumo de álcool;
  • Controlar o estresse.

Vários são os fatores que podem estar envolvidos na chamada inflamação crônica subclínica do organismo. Nesse sentido, cuidados com a saúde que avaliem o indivíduo dentro de suas várias dimensões (biopsicossocial), podem contribuir para evitar o problema e as consequências negativas que a inflamação crônica pode trazer em longo prazo.

A medicina com abordagem integrativa e funcional busca prevenir a ocorrência de doenças por meio de uma abordagem minimamente invasiva, mas sem deixar de lado os benefícios da medicina tradicional. Um estilo de vida saudável, uma alimentação balanceada, correções hormonais e suplementação (quando necessárias) são algumas das ferramentas utilizadas para manter o indivíduo em equilíbrio e com saúde.

Se você quer saber mais sobre inflamação crônica, agende uma avaliação com a Dra. Talita Ferreira.

Fontes:

Harvard Medical School

Patologia Básica — Robbins

Integrative Medicine — Rakel

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