Fique atento: cansaço extremo, que não se resolve com repouso, pode ser um sinal dessa doença que afeta mais as mulheres
Mesmo sem causa aparente, a sensação de cansaço persistente e que não cede com o descanso pode ser um sinal de uma condição chamada síndrome da fadiga crônica (SFC). Também conhecida por encefalomielite miálgica, tem como principal sintoma um cansaço intenso, relatado pela falta de energia, que pode piorar com atividades físicas ou mental, sem apresentar melhora mesmo com o paciente fazendo repouso.
O problema é relatado com mais frequência em mulheres na faixa dos 40-50 anos.
Índice
Quais as causas da síndrome da fadiga crônica?
Muitos casos de síndrome da fadiga crônica podem não ter causa definida, porém, acredita-se que fatores estressantes orgânicos, como infecções, anemia, hipoglicemia, fibromialgia e doenças autoimunes, ou psicológicos — como depressão e ansiedade — podem desencadear os sintomas.
A fisiopatologia da SFC, segundo os últimos estudos científicos, pode estar relacionada também a:
- Desordens neuroimunológicas ;
- Hipoatividade do eixo hipotálamo-pituitária-adrenal (HPA).
Principais sintomas da síndrome da fadiga crônica
Além da fadiga, o paciente pode apresentar outros sinais ou sintomas. Entre eles, destacam-se:
- Problemas de memória ou de concentração;
- Falta de energia, especialmente pela manhã;
- Dores nos músculos ou nas articulações (juntas);
- Dor de cabeça e tontura;
- Sono não reparador;
- Irritabilidade;
- Depressão e transtornos de ansiedade;
- Sensação de formigamento;
- Diminuição da libido;
- Perda ou ganho de peso por alteração dos hábitos alimentares;
- Compulsão por alimentos calóricos, em especial doces e carboidratos simples (pão, macarrão, batata, etc).
Como a síndrome da fadiga crônica é diagnosticada?
O diagnóstico da síndrome da fadiga crônica é clínico e de exclusão — ainda não existe um exame específico que possa identificar com precisão a doença, embora pesquisadores da Universidade de Stanford estejam testando um novo exame que poderá diagnosticar a doença em um futuro próximo.
Dessa forma, atualmente o diagnóstico é baseado na história clínica do paciente e nos sinais e sintomas relatados, que devem perdurar por, no mínimo, seis meses. Além disso, o médico pode solicitar exames para afastar outras doenças, como anemias, infecções ocultas, déficits nutricionais, distúrbios endocrinológicos, doenças cardiopulmonares, doenças autoimunes, a apneia do sono, a depressão e os efeitos colaterais a medicamentos.
A investigação é importante porque a fadiga pode estar relacionada a diversas patologias. Assim, quanto mais precoce for o diagnóstico, melhor o resultado do tratamento.
Tratamento da síndrome da fadiga crônica
Não existe um tratamento específico para a síndrome da fadiga crônica. A doença deve ser tratada de maneira multidisciplinar, considerando o indivíduo como um todo, de maneira integral, e intervindo em cada um dos sintomas apresentados para que eles possam ser controlados, melhorando assim a qualidade de vida do paciente.
Em muitos casos, a fadiga prolongada pode ter relação tanto com o estilo de vida da pessoa quanto com a maneira como ela reage aos acontecimentos que ocorrem em seu cotidiano.
A abordagem integrativa costuma apresentar bons resultados no tratamento da síndrome da fadiga crônica, pois ela considera aspectos físicos, mentais e emocionais, além de todas as queixas do paciente.
Dessa forma, são várias as estratégias adotadas:
- Reorganização das atividades diárias para evitar estresse físico e psicológico;
- Prática regular de atividades físicas, mas com início lento e progressão gradual, conforme o paciente apresentar melhora do quadro;
- Adoção de uma alimentação saudável;
- Suplementação, quando necessário;
- Terapia cognitivo-comportamental: ajuda o indivíduo a identificar comportamentos negativos que podem dificultar sua melhora, substituindo-os por atitudes saudáveis e positivas;
- Tratamento medicamentoso: em algumas situações, pode ser necessário o uso de medicamentos antidepressivos/ansiolíticos, que também podem ajudar a melhorar o sono e aliviar a dor;
- Tratamento das dores e de problemas relacionados ao sono, como insônia ou dificuldade para dormir;
- Terapias complementares, como breathworks (exercícios respiratórios), acupuntura, meditação, técnicas de relaxamento, alongamentos, Yoga, entre outras;
- Participar de grupos de apoio para pacientes pode ser útil. Compartilhar situações que são comuns a outras pessoas ajuda a enfrentar melhor o problema.
Se você quer saber mais sobre a síndrome da fadiga crônica e as opções de tratamento dentro da visão da medicina com abordagem integrativa e funcional, agende uma avaliação com a Dra. Talita Ferreira.
Fontes:
Sociedade Brasileira de Reumatologia
Longevidade Saudável
Beyond myalgic encephalomyelitis/Chronic fatigue syndrome