Fale conosco pelo WhatsApp

Burnout: Conheça os riscos

Burnout: Conheça os riscos
Imagem meramente ilustrativa (Banco de imagens: Shutterstock)

A síndrome, muitas vezes confundida com cansaço e estresse, pode levar ao desenvolvimento de doenças graves se não for tratada adequadamente

Desde 1º de janeiro de 2022, a Síndrome de burnout, Síndrome do Esgotamento Profissional, passou a ser considerada pela Organização Mundial da Saúde (OMS) uma doença ocupacional. A condição é considerada resultante do estresse crônico no local de trabalho.

Com a pandemia de Covid iniciada em 2020, houve um agravamento e aumento no número de casos da doença, pois, além do estresse, envolvendo o dia a dia da atividade profissional, as pessoas se viram às voltas com outros problemas pessoais, como a insegurança com a própria vida e da de seus mais próximos, com o futuro, o medo da perda do emprego e do desconhecido.

Fadiga ou burnout?

Essa é uma dúvida comum. Como diferenciar um quadro do outro? A fadiga e o estresse podem surgir em um momento pontual, como em uma semana intensa de trabalho, mas, finalizada as tarefas, a pessoa retoma ao seu normal.

Já o burnout é um quadro associado a uma percepção de exaustão que ocorre de forma prolongada, ou seja, não é um cansaço pontual, que ocorreu devido ao excesso de atividades ou momentos que levaram a uma saída da rotina. Ele geralmente está associado a uma desconexão entre aspectos como: volume de trabalho, a percepção de controle do indivíduo sobre a situação e as relações interpessoais.

A fadiga adrenal é o resultado fisiológico de um processo de esgotamento que pode ou não estar relacionado com o burnout. O estresse psicológico e/ou físico crônico pode causar alterações do funcionamento das glândulas adrenais, podendo causar até mesmo a diminuição dos hormônios adrenais, em especial o cortisol.

As fases do estresse

O estresse é classificado em três fases:

  • Fase de alerta (estresse agudo momentâneo): é basicamente conhecido como sistema de luta-fuga. Perante algum estímulo estressor, as glândulas adrenais liberam adrenalina e cortisol, fazendo com que estejamos prontos para correr ou lutar. Essa fase tem uma duração curta e faz parte do nosso sistema de sobrevivência;
  • Fase de resistência (estresse crônico): sob ação de um estresse constante, entramos na fase de resistência e os níveis de cortisol e adrenalina estão geralmente mais altos do que deveriam. É nessa fase que passamos a apresentar diversos sintomas típicos do burnout;
  • Fadiga adrenal: nessa fase, se os agentes estressores permanecem, os sintomas do burnout se intensificam, podendo levar até mesmo à exaustão das glândulas adrenais. Quando elas entram em falência, não conseguem mais produzir os hormônios que deveriam e já começamos a ter alterações significativas dos níveis de cortisol, DHEA, hormônios sexuais, aldosterona e ACTH.

Quais são os principais sintomas do burnout?

Os sintomas da Síndrome de Burnout podem ser físicos, psíquicos ou emocionais, pois estamos falando de uma doença que impacta todos os aspectos da vida de uma pessoa. Os mais comuns são:

  • Cansaço mental e físico excessivo;
  • Tristeza excessiva e mudanças repentinas de humor;
  • Dificuldade para iniciar o sono à noite, insônia;
  • Dificuldade para sair da cama pela manhã;
  • Cansaço ao longo do dia;
  • Dores de cabeça e no corpo;
  • Dificuldade de concentração e de memória;
  • Queda de produtividade;
  • Falta ou excesso de apetite;
  • Irritabilidade;
  • Diminuição da libido;
  • Desânimo e apatia pela vida;
  • Ausências frequentes no trabalho;
  • Diminuição da imunidade;
  • Sentimentos de derrota, de fracasso e de insegurança;
  • Isolamento social.

Quais são os riscos do burnout?

Quando não tratado, o burnout pode evoluir para uma fadiga das glândulas adrenais, além de contribuir para o aparecimento de uma série de problemas de saúde, como:

  • Hipertensão;
  • Doenças cardiovasculares;
  • Aumento do colesterol ruim, dos níveis de glicose e dos triglicérides;
  • Enfraquecimento do sistema imunológico;
  • Distúrbios gastrointestinais;
  • Alterações menstruais e sexuais;
  • Problemas psiquiátricos como depressão e ansiedade;
  • Alterações na coagulação;
  • Distúrbios do sono;
  • Aumento de peso;
  • Abuso de álcool e drogas.

Como tratar o burnout?

O burnout é uma síndrome que deve ser tratada de maneira multidisciplinar, abordando tanto as queixas físicas quanto as alterações comportamentais do paciente. Dessa forma, podem ser indicados:

  • Mudanças nos hábitos de vida;
  • Readequação alimentar;
  • Medicamentos quando necessário;
  • Terapias complementares, como meditação, acupuntura e Yoga;
  • Psicoterapia;
  • Afastamento do trabalho, em algumas situações.

Sob o olhar da medicina integrativa, o tratamento visa ajudar o indivíduo, primeiro, a se reconectar com ele mesmo e aprender a gerenciar suas emoções. A avaliação minuciosa sobre hábitos de vida, relações pessoais e interpessoais, trabalho, saúde em geral, entre outras questões, ajuda o especialista a definir a melhor linha de tratamento.

Em um segundo momento, com o apoio adequado e especializado, os pacientes aprendem a perceber quando um quadro de alto nível de estresse está para se instalar e eles próprios conseguem lidar com isso, impedindo que a situação saia do controle.

O ideal é evitar que se chegue a um quadro de burnout e/ou fadiga adrenal, e nesse sentido o médico que utiliza a abordagem da Medicina Integrativa pode ajudar o indivíduo a adotar uma série de medidas para não desenvolver a doença. O foco dessa vertente da medicina está em trabalhar em prol do equilíbrio físico, mental e emocional, vendo o paciente como um todo, dentro do seu contexto de vida.

Dicas para evitar o burnout

  • Descanse a mente e tente se afastar de estímulos associados ao trabalho nos fins de semana e feriados;
  • Estabeleça prioridades e limites;
  • Faça momentos de pausa durante o dia;
  • Busque realizar atividades que lhe tragam prazer;
  • Cuide da alimentação: evite o consumo excessivo de café e de comidas processadas;
  • Pratique atividades físicas;
  • Mantenha vínculos sociais satisfatórios e recompensadores, como encontrar bons amigos e familiares e namorar;
  • Tenha um sono regular e de boa qualidade;
  • Procure ajuda assim que observar os primeiros sinais de que algo não vai bem com a sua saúde.

Se você quer saber mais sobre o burnout e as opções de tratamento, agende uma avaliação com a Dra. Talita Ferreira.

Fontes:

Compêndio de Medicina Integrativa

The Hormone Handbook

The chronic fatigue syndrome: a comprehensive approach to its definition and study

Índice